Sex, 30 de novembro de 2012, 06:37

Novo reitor da UFS, Angelo Antoniolli, concede entrevista especial para o Cesad
Novo reitor da UFS, Angelo Antoniolli, concede entrevista especial para o Cesad

O novo reitor da UFS (Universidade Federal de Sergipe), Angelo Antoniolli, tomou posse do cargo no último dia 23, na Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos, em São Cristóvão. Amigos, professores, técnicos e alunos, além de representantes sindicais e personalidades políticas, estiveram presentes à solenidade. Angelo assume com o compromisso de mais diálogo e muito trabalho no processo de consolidação da instituição como referência de qualidade.



O novo reitor recebeu a equipe da Ascom do Cesad (Centro de Educação Superior a Distância) na manhã desta quarta-feira, 28, em seu gabinete. Na pauta da entrevista questões bem pontuais, como vemos abaixo.



Ascom/Cesad: A UFS virou um canteiro de obras nos últimos anos. Estamos prestes a alcançar o padrão adequado de infraestrutura? Esse crescimento intenso tende a migrar para o interior com o início da sua gestão?
Angelo Antoniolli: Veja, não está adequado, está longe de ser adequado à comunidade, aqui (São Cristóvão) e no interior. Por isso que a consolidação, o projeto de consolidação da universidade, é um projeto que não vai parar. Consolidar uma universidade é procurar o destino dela, um destino para ela. E ela já encontrou sua missão que é tratar de discutir a sociedade sergipana. E para isso nós vamos precisar de mais espaço físico, mais salas de aula, mais laboratórios, tudo para atender essa demanda. Então se você me pergunta se daqui há um ano, dois anos, não vamos ter mais obras aqui, irei responder: teremos sim! Nós vamos continuar com obras. Os próximos dois anos serão tão intensos ou mais intensos que esse. Talvez daqui há quatro anos a intensidade das obras seja menor, pois teremos atendido um grande grupo de indivíduos, de professores, de alunos, técnicos administrativos, e com isso então nós vamos poder buscar outros aspectos que precisam ser acomodados dentro desse crescimento. Nos próximos anos continuaremos crescendo, até porque ainda existem alguns cursos sem a estrutura que julgamos adequada. E é por isso que nós estamos pensando em tudo isso, tanto aqui quanto no interior.



Ascom/Cesad: Algumas instituições federais têm trabalhado muito para transformar o conhecimento que produz em benefícios efetivos para a comunidade (estados, municípios e comunidades do entorno dessas instituições), como é o caso da UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Para se ter uma idéia, o curso de Química da dessa instituição coordena a fabricação de produtos de limpeza de alto padrão de qualidade e a baixo custo, destinados ao consumo interno e à comunidade de baixa renda que vive nos arredores. O que a UFS pensa sobre isso?
Angelo Antoniolli: Bom, o projeto de consolidação da Universidade passa pelo relacionamento com a comunidade. O que nós temos hoje ainda é uma universidade de muros, ela está dentro dos muros. Por quê? Como ela vai sair? Se a gente pensar um pouco nessa colocação que você fez na pergunta, para eu responder isso eu vou precisar entender um pouquinho da nossa história recente. A UFS tinha, seis anos atrás, entre cento e oitenta e duzentos doutores. Pouco tempo depois, em cinco, seis anos, chegamos a cerca de setecentos doutores. Daqui a mais ou menos três meses teremos novecentos doutores, oriundos de todos os estados brasileiros. Então, sem conhecer os problemas de Sergipe, qual a pergunta que nos fazemos hoje: como é que vamos criar uma aglutinação entre esses doutores para entender a problemática sergipana? Como é que eu vou fazer? O grande desafio dos próximos quatro anos não está nas obras! Está na capacidade que a gente vai ter de fazer o pertencimento desses novecentos doutores para a problemática sergipana. Esse sim será o grande diferencial para a UFS. Então, quando esses doutores se depararem com os problemas de Sergipe, na educação, na saúde, no meio ambiente, nos direitos humanos, nas tecnologias sociais e em muitas outras áreas, ai então poderemos aglutinar as pesquisas, os serviços, tudo dirigido para a comunidade. Com isso nós vamos mudar muita coisa. E ai nós poderemos fazer o que algumas universidades já estão fazendo. Só que faremos de maneira sistematizada, que é algo que muitas dessas universidades não estão fazendo para atingir um maior público. Para isso nós vamos fazer o que: nós vamos construir um Fórum Social Permanente. Nesse fórum vamos construir os Observatórios Sociais, destinados às áreas da educação, da saúde, do meio ambiente e tantas outras áreas, além daquelas dos direitos da mulher, dos direitos da criança e dos direitos do adolescente. A idéia é trazer para dentro da UFS essas discussões, para que encontrem apego e condições de serem debatidas com a comunidade interna e externa. Vamos construir (nos Observatórios Sociais) bibliotecas virtuais de acesso livre para a sociedade, onde qualquer um, em qualquer lugar do mundo, possa conhecer mais sobre os desafios enfrentados pelo nosso Estado e o que tem sido feito sobre isso.



Ascom/Cesad: A educação a distância tem crescido muito nos últimos anos. Prova disso são os crescentes investimentos feitos pelo Governo Federal nessa modalidade de ensino. Para ele, projetos como o da UAB (Universidade Aberta do Brasil) são fundamentais para o país se desenvolver com qualidade e segurança. Fale um pouco sobre a EAD da UFS!
Angelo Antoniolli: Primeiro nós estamos fazendo uma espécie de reparos, organizando e acertando a casa, o presencial. Em seguida vamos para o semi-presencial (EAD). Qual a diferença do presencial e o semi-presencial? Para nós, a única diferença reside na metodologia. O presencial tem sua metodologia, o semi-presencial tem outra. Pretendemos discutir o que é que a metodologia da EAD requer para ter sucesso. Nós vamos ver o que precisa ser feito e qual é a estrutura necessária para que a gente possa oferecer educação a distância de maneira ainda melhor. Vamos pensar: para que é a EAD? A quem ela serve? Como fazer pra que a EAD seja forte? Quais são as estruturas necessárias? Como dar eficiência a essas estruturas? Temos boa parte dessas respostas mas queremos muito mais. Gosto de imaginar pelo menos nas macrorregiões um prédio tipo o das “didáticas” que nós temos aqui no Campus (de São Cristóvão), para estabelecer um ponto de apoio físico, com propósito bem definido, pra que a EAD seja forte e tenha um caráter semi-presencial ainda mais consistente, que utilize tecnologias virtuais de última geração. Queremos fazer da EAD mais um ponto de relacionamento entre a universidade e a sociedade.



Ascom/Cesad: Além de oferecer educação a distância de qualidade, a UFS tem conseguido oferecer cursos de nível superior a um número cada vez maior de pessoas, em diversos municípios, sem a necessidade de grandes deslocamentos. Fale um pouco sobre a EAD da UFS.
Angelo Antoniolli: Sou fascinado pela EAD. Quero iniciar uma discutir mais sobre ela e integrá-la cada vez mais em nossa universidade. Quero essa integração com acesso livre, com direito a tudo: bolsa de iniciação científica, projetos de extensão e muita pesquisa. Além disso, temos que ter em mente que a única diferença que existe entre os cursos presenciais e a distância é a metodologia – que sabemos, até por questões históricas, que funciona muito bem.



Ascom/Cesad: A qualidade do ensino a distância da UFS tem atingido resultados muito bons. Por exemplo, há alguns meses, alunos de vários polos da UAB/UFS foram aprovados em concurso do Estado mesmo sem estarem formados. O que acha disso?
Angelo Antoniolli: Bem lembrado. Nossos alunos têm se saído muito bem em muitos concursos e seleções. Não é a toa que a educação a distância para nós é prioridade. Resultados como esse nos motivam ainda mais a continuar fortalecendo a EAD. Agora, precisamos discutir a Licenciatura, conhecer mais os professores, saber o que de fato é um professor de Matemática, de Física, de Química... Nós temos que conhecê-los para poder formar melhor nossos alunos. Essa experiência tem sido tão positiva que professores do presencial que tiveram a oportunidade de trabalhar com EAD passaram a modificar sua metodologia em sala de aula e muitos deles adotaram os livros produzidos no Cesad (Centro de Educação Superior a Distância) em suas disciplinas.



Ascom/Cesad: O que os alunos da EAD podem esperar do novo Reitor?
Angelo Antoniolli: Primeiro, eu espero que os nossos alunos da EAD sejam ouvidos, nem que a gente tenha que construir uma espécie de ouvidoria itinerante para que eles possam ter suas reivindicações atendidas. Nós temos que discutir juntos (professores, tutores, alunos, coordenadores, diretores etc.) todo o sistema, para torná-lo muito mais eficiente e abrangente.



Os alunos da EAD podem ter certeza de que estarei pronto para trabalhar muito por essa modalidade. Vou trabalhar para que ela funcione cada vez melhor e com mais qualidade, propiciando aos alunos as condições adequadas para um futuro melhor. Nós e toda administração vamos trabalhar para isso. É fato.



Atualizado em: Dom, 02 de dezembro de 2012, 05:20
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